Vorguttus

Entrevistador: Roberto Carvalho.

  1. Primeiramente obrigado Júnior por conceder essa entrevista. Pra começar qual o significado no nome da banda?

Manuh Junior: Foi o Rannhflaay quem escolheu o nome da banda, é alguma espécie de trocadilho com o termo “Voz Gutural” em Latim.

2. Como surgiu o início da Vorguttus? Juntar o pessoal e iniciar os ensaios.

Manuh Junior: Quando retornei de São Paulo, resolvi dar um tempo da música, fiquei um tempinho na minha, curtindo a família, amigos, e quando decidi voltar conversei com você (Você deve ser lembrar, foi há uns 5 anos), e foi você quem me colocou em contato com o Rannhflaay e ali começou o projeto, no começo estávamos com meus amigos do Toxic Assault, o Gondim e o “Poni”, ensaiamos por um tempo, mas o esquema deles é o Thrash, não tem jeito (risos), então fomos adaptando a formação, passaram alguns bateras até chegarmos na formação atual. Espero que o Vorguttus e o Toxic Assault possam dividir grandes palcos pela estrada, será um grande prazer e uma grande honrar e com certeza teremos muito álcool envolvido (risos).

3. Sei que você tem várias influências de sons, nesse projeto qual a principal linha que estão buscando?

Manuh Junior: Excelente pergunta! Todos na banda têm uma grande diversidade de influências musicais e estamos explorando bem isso. A influência central é o Death Metal, claro, mas além do Death estamos permeando bem o som com outras características. O Rannhflaay Patrick é um grande guitarrista e excelente compositor, ele tem criados riffs maravilhosos, o Guilherme Braga é muito criativo na batera, tem feito um trabalho muito diferenciado, o Hiago Mello usa algumas técnicas e distorções interessantes no baixo, Com isso temos um som muito conciso e pesado, ao mesmo tempo que soa “Old School” soa “groovado” e atual.

4. Tem uma temática específica das letras ou trataram de assuntos variados?

Manuh Junior: Não costumo escrever com temáticas específicas, ainda quero fazer algum trabalho conceitual mas não por agora. Normalmente minhas letras são muito subjetivas. Costumo escrever sobre questões relacionadas ao mundo sombrio que me cerca, de acordo com meus conhecimentos, independente de época ou ocasião.

5. Já estão com quantas músicas prontas? Estão tirando covers também?

Manuh Junior: Estamos trabalhando em quatro músicas para o EP, uma delas é instrumental. Fizemos um “brainstorm” sobre covers um tempo atrás e surgiram várias ideias muito boas, provavelmente a primeira que vai rolar será “Ashen Epitaph” do Benediction. A ideia de fazer alguns covers nesse momento é para adiantar um enriquecimento de repertório para estarmos disponíveis para apresentações ao vivo a médio prazo, já que o processo de composição é mais lento do que simplesmente tirar uma música pronta de outro artista. Então com 4 sons próprios e uns 3 covers já dá uma apresentação razoável, creio eu.

6. Como está sendo o processo de composições das músicas?

Manuh Junior: O Rannhflaay tem criado os riffs iniciais, trazido para os ensaios e a banda toda vai arranjando a música. Basicamente é isso, não tem segredo. (risos)

7. Tem previsão de shows ou o foco é gravação?

Manuh Junior: Ainda sem previsão de shows, nosso foco está na pré produção do EP até porque no momento não temos repertório suficiente para uma apresentação, a ideia de alguns covers é justamente com a intenção de encurtar esse caminho para que estejamos disponíveis para shows o quanto antes.

8. Se pintar shows estarão dispostos a tocar mesmo que seja poucas vezes?

Manuh Junior: Claro! Desde que tenhamos repertório suficiente para uma apresentação decente (risos). Definitivamente somos músicos de palco, amamos o palco. Sempre digo que o palco é a droga mais poderosa do mundo, uma vez viciado não há reabilitação.

9. há alguns anos você tatuou a palavra “GUTTURAL” no seu antebraço esquerdo, o que mostra que esse estilo de canto é muito importante para você. Qual a sua maior referência de gutural?

Manuh Junior: Realmente você acertou Roberto, eu sempre quis elevar o guttural a outro patamar, é um estilo de canto tão belo e complexo quanto qualquer outro, porém pouquíssimo valorizado, principalmente no Brasil e inclusive por músicos que utilizam estes estilo. É um estilo que requer técnicas e estudo, embora muita gente por aí apenas grite ao microfone. Minha maior referência nos gutturais sem dúvida é o Tomi Joutsen, atual vocalista do Amorphis, ele é um cantor muito versátil, muito bom tanto nos vocais “limpos” quanto no uso dos drives, tem um guttural muito pesado, usa uma técnica de compressão espetacular. Ele já está na banda há muitos anos, regravaram alguns clássicos além das apresentações ao vivo. “Black Winter Day” com ele nos vocais é monumental.

10. Deixe suas considerações aqui, o espaço está aberto.

Manuh Junior: Valeu demais Roberto! Parabéns pelo site, admiro o trabalho que você faz pelo underground, sempre te falei isso. É muito importante termos um espaço como esse! Agradeço a você pela oportunidade, a todos que lerem a entrevista, minha esposa, amigos, e faço um apelo pelo crescimento do metal underground, apoiem as bandas, o cenário atual, tem gente fazendo som muito bom por aí! Quem ainda está tocando é porque ama o som! Um apelo também aos músicos, especialmente ao pessoal mais experiente que está batalhando há muito tempo como eu estou, Que ama o som, a ideologia, ou algo no meio disso, vamos deixar de lado as diferenças que sempre existirão e lutar juntos por algo maior, fazer valer a pena! Dediquei minha vida ao som pesado e sei o valor que tem para mim, creio que para muitos seja o mesmo ou até mais. Grande abraço a todos. Hail!

Roberto Carvalho: