Entrevistador: Roberto
Entrevistado: Roger
1- Saudações Roger, muito obrigado por conceder essa entrevista ao Cerrado Rock, é uma honra para nós. Primeiramente quero que escreva sobre suas origens na cena, quando o metal surgiu na sua vida?
Opa salve Roberto, salve ao valiosos seguidores do Cerrado Rock … É uma grande satisfação ter este espaço para expressar minha opinião, mostra um pouco do que sou , e falar de metal e do Estado Revoltoso. o metal surgiu em minha vida no início dos anos 90 aqui em Cidade Ocidental/ GO que fica uns 40 km do DF … Conheci uma galera que curtia e já tinham muitos matérias, tipo: tapes, discos , revistas e ai fui conhecendo e fui me aprofundando nesse universo metálico !!!
2- Conte-nos como começou a tocar um instrumento? Iniciou na guitarra mesmo ou passou por outros? Alguém próximo te influenciou?
Cara, na verdade iniciei buscando ser baterista ao qual até hoje tento ser ( rsrsrs ) em outros projetos passados … sim uma banda em 1992 em um lazer de rua, uma banda chamada “MANTRA” de Thrash me deixou alucinado por metal, eu precisava fazer METAL … assim que era … Como um vício , você provava e ficava viciado… Naquela época então não tínhamos muitas alternativas de lazer como hoje, e a música era mais presente em nossas vidas… por onde você passava tinha alguém com um violão e todas as ruas tinham uma banda de rock ou metal… Então Comecei tocando em latas, tamboretes e gaiolas como chimbal kkkk e as baquetas eram aquelas grades de madeira de berço … até conseguir trocar um violão em um baixo e o baixo em uma bateria muito surrada… mas aquilo era minha alegria … e no decorrer da caminhada comecei a compor e peguei apego por instrumentos de cordas ( mas diga- se de passagem que não sou um instrumentista virtuoso, diria que sou preguiçoso ) rsrsrsrs
3- Qual foi seu primeiro projeto de banda? O que tocavam? Já passou por quantas bandas?
Então meu primeiro projeto com banda foi o DEPRAVATION ( death/ black ) com a molecada da rua, mais não saiu da vontade, pois ainda nós estava aprendendo a tocar e tudo era muito difícil ainda mais quando você tinha f 17 anos e não trabalhava, depois veio o AFONIA, essa já de ( grind/noise/core) ao qual gravamos uma demo no Estúdio Cáustico Lunar em Brasília-DF e teve uma boa repercussão no meio … ai minha família se mudou para NATAL- RN e a banda seguiu sem minha presença , mais não durou muitos anos após minha saída … quando voltei de Natal passei um tempo cuidado da vida pessoal vivendo no obscuro e garimpando músicos para uma futura banda … Até que conseguimos levantar o Estado Revoltoso.
4- Como foi que iniciou na organização de eventos? Que ano foi? Qual é sua opinião sobre o metal nacional nesses vários anos que trabalha em prol do underground?
Passei muitos tempo ajudando uns brothers aqui do Gama-DF na organização de eventos , mais era só apoio mesmo … tipo tínhamos um coletivo, com reuniões , organização e tal isso em 1993 /94 … Mais organizar mesmo tipo comigo na frente aqui na região foi tipo 2002 em diante mais com pausas imensas por ser um tempo de formação de família , chegadas de filhos , trabalho e tal até que em 2011 comecei A CARAVANA fazendo nos bares de amigos … até que consegui firmar o Ritual Metal show e criar a Macabre Cemetery produções… Cara o metal é uma prova de amor, ao qual se respira todo dia… você tem que carregar e cuidar como um filho… quem não pensa assim não sobrevive, larga de mão, desanima … vejo força no underground muitas pessoas lutam por ele e por seu espaço nele… Vejo hoje as redes sociais como aliada para dar trevas aqueles que querem trevas, você clica ali e tá lá !!! Tudo da banda e o cara só precisa ouvir, e se ele tem interesse, vai buscar o físico e busca apoiar a banda entende ? Então é uma nova geração, uma nova forma de se divulgar e de se obter o metal no Brasil e no mundo …
5- O que pensa sobre bandas que se declaram racistas no Brasil? É possível existir isso numa país miscigenado? O que pensa disso?
Olha estamos no meio de uma treta com uma banda ” metida a Nazista ” ao qual nem vou citar o nome… Que comprou guerra comigo por ter discordado de suas postagens com apologia nazista… fui e serei sempre contra, já basta o massacre que o governo promove contra cada cidadão desse país. Não temos que tolerar atitudes de pessoas idiotas que promovem algo que se existisse até hoje eles estariam mortos por serem mestiços… e além de tudo quem segue e promove isso, sabe que é uma escolha criminosa … existi todos sabemos que existe e de vez enquanto mostram suas caras … como aconteceu essa semana em pleno século 21.
6- O que acredita não fazer parte do metal? O que mais o metal deve abominar?
Cara, todo e qualquer tipo de preconceito , não há mais espaço para isso !!!
7- Esse ano está rolando mais um Ritual Metal Fest, versão online, como está sendo a organização? Tem colaboradores, como está sendo?
Isso, era para ser físico mas o ano da praga não deixou então bolamos o online, e convidamos umas bandas parceiras ao qual trabalhávamos o show presencial , e como já estava andando ficou mais fácil … e colaboração veio de todas as partes e principalmente das bandas que se dispuseram a se arriscar, a gastar e gravar algo para o evento em plena pandemia matando milhares de pessoas , mas também tem apoios de parceiros que sempre se dispõem na medida do possível … está bem legal, a equipe de apoio da produção cresceu e estamos muito animados para este evento que é uma novidade para todos nós que nunca fizemos isso… Resumindo : só satisfação em fazer… O Ritual Metal show Festival OnLine que seria presencial acabou não rolando devido a pandemia… Então como já estávamos fazendo os contatos, meio que já facilitou tudo… e a maior colaboração veio das bandas que aceitaram o convite, doaram matéria para sorteio e se dispuseram a gravar, a ter gastos e correr riscos gravando as lives devido o alto número de vítimas fatais causados pelo Covid. Isso foi extremamente gratificante ver a mobilização do pessoal envolvido para não deixar a máquina do underground parar… E também temos algumas parcerias que ajudam da forma que podem e somam para a realização deste fest em tempos tão difíceis no ano da praga .
8- Você trabalha em qual profissão? Como concilia sua vida pessoal, família, trabalho e ainda correr atrás de eventos?
Sou pintor de automóveis, 4 filhos, casado e sempre agente da um jeitinho por gostar de fazer né ? As vezes faço uns sacrifícios, porque também me trás muita felicidade a realização de cada um deles !!!
9- Sua banda atual é a Estado Revoltoso, como está a formação e quais os planos para quando tudo voltar ao normal?
Sim … Nosso plano agora é focar na gravação para essa live e depois continuar trabalhando nas composições do próximo álbum, que vai trazer 9 sons e será intitulado de “Ouço Vozes, Vejo Vultos” Com lançamento para segundo semestre do ano que vem. E também tentar voltar aos palcos e poder realizar alguns shows que foram adiados e buscar outros novos !!! A formação atual é Stanley: Bateria / Joabes : Guitarra Solo / Alex: Baixo e Roger: Voz e Guitarra.
10 – Fique a vontade para fazer suas considerações finais, para todos os que já te conhecem e para aqueles que estão tendo acesso agora à sua trajetória.
Agradecendo a CERRADO ROCK pela oportunidade, e dizer a todos que fiquem firmes e se cuidem. E em nome do ESTADO REVOLTOSO deixo um salve a todos os adoradores do metal, a galera que faz acontecer… as bandas, organizadores, zineiros, divulgadores de páginas OnLine… pessoas que não deixam o underground morrer.