Entrevista com Valério Exterminator (HOLOCAUSTO, BHELL)
Entrevistador: Juarez Távora
Entrevistado: Valério
1- Bem é uma grande honra poder trocar ideias com você meu amigo Valério, ao meu ver você e o Butcher (Sarcófago) são os maiores riffeiros do Brasil criaram um estilo próprio sou fã do trampo de vocês,,,,Vamos lá a pergunta que não quer calar kkkkk Holocausto acabou ou somente está na espreita das trincheiras esperando o momento certo de guerrear novamente?
Hails grande Juarez! Agradeço por essa oportunidade de falar dos meus projetos, e também explicar sobre a morte da cadela raivosa: Holocausto RIP.
Não haverá mais cria, pelo menos com a formação considerada clássica, do Campo de Extermínio e do Diário de Guerra.
Na última cria da cadela raivosa, houve apenas um filhote sobrevivente, de nome G.E.F.
Sobre esse filhote falarei ao longo da entrevista.
Agradeço por sua comparação ao amigo e fudido guitarrista Butcher “Zéder” Sarcófago. Nos últimos anos essa comparação tem se tornado um pouquinho comum.
Acredito que o motivo de tal comparação, se deve ao retorno do Holocausto às suas origens, assim retornei às composições War Metal.
A última vez que conversei com Butcher, foi em 2005. Vários amigos estavam nesse encontro que aconteceu na casa do grande amigo Alexandre de Oliveira, que escrevia para as melhores revistas nacionais especializadas em METAL.
Nesse encontro, apresentei com exclusividade o De Volta ao Front, ele seria lançado algumas semanas depois. Então o Zéder Butcher e o amigo Marishe (Komando Kaos), fizeram elogios quanto à pegada HARDCORE das músicas.
Lembro como se fosse hoje, o Zéder disse” Vavá você só precisa ouvir DISCHARGE para inspirar suas composições”, e eu disse “ mas é isso que escuto, e sempre escutarei, para transpiração e inspiração”
2- Como todos sabemos manter uma banda é complicado ideias diferentes pensamentos diferentes entre os membros, Holocausto tinha muita treta interna?
Sempre teve entre minha pessoa e o vocalista. Independente de nossos desentendimentos, que resultou na minha saída em 1988, depois na saída dele em 2007, nós sempre demos nosso melhor para o Holocausto. Nossos desentendimentos estavam diretamente ligados ao “o que poderíamos fazer de mais sujo, para manter sempre a originalidade da banda”.
Porém a partir de 2015, os desentendimentos passaram a ter outro motivo. Eu posso não concordar com nada que você fala, mas defenderei até a morte, seu direito de se expressar. Esse é meu pensamento. Então a partir do momento que o vocalista se achou no direito de criticar postagens de outros integrantes, sobre assuntos polêmicos, eu vi que não havia mais respeito, não havia mais a liberdade de expressão. Que fique bem claro, esses assuntos eram colocados nas páginas particulares, desses integrantes, jamais na página da banda.
Então o vocalista fazia o print das postagens e enviava para os outros, criando um clima de intriga, carregando de energia negativa o clima entre todos.
Minha visão de vida é a seguinte: palavras negativas, pensamentos negativos, atitudes negativas e sentimentos negativos, criam ao seu redor um mundo negativo. Eu não vivo nesse mundo negativo, e jamais permitirei dividir meu momento de lazer, com uma pessoa assim.
Leia sobre o pensador e empresário norte americano Jim Rohn.
Ele comenta que somos a média das 5 pessoas que mais convivemos.
Eu moro sozinho, fico com minha mãe 2 dias da semana, a relação com os integrantes da banda era de 7 dias por semana.
Quando não estávamos ensaiando, estávamos discutindo no celular, no email. Eu cansei, avisei os demais integrantes que não conversaria mais com o vocalista, e que em 2019 ficaria na banda somente para gravar algumas coletâneas que estavam em andamento, e depois montaria o Holocausto Inc. Então aproveitando sua pergunta número 1: o Holocausto não retornará com os mesmos 4 integrantes. Eles podem retornar, usar o nome Holocausto. Podem até transformar novamente o War Metal, na merda Techno Industrial. O que não permitirei dessa vez, é que matem o nosso War Metal, por isso formei o Holocausto Inc, com a mesma formação que esteve unida de 2008 a 2010.
3- Como se deu o primeiro contato com a cogumelo pra entrar na warfare noise 1?
Tudo aconteceu graças ao Korg (Chakal). Ele trabalhava na loja da Cogumelo, o Holocausto passou a ensaiar com o Chakal. Então Korg foi o elo perdido kkkkkkkkk.
Assim que a Cogumelo decidiu lançar uma coletânea, Korg citou nossa banda. Então fomos convidados para fazer um teste, que depois receberia o nome de MASSACRE (DEMO).
4- Faça uma pequena biografia do BHELL pro leitores do CERRADO ROCK.
Devido aos meus desentendimentos com o vocalista, eu estava perdendo o tesão de ensaiar, de compor, de dar show. Então pensei o que poderia ser feito. Nesse momento entrei em contato com Cassito (Witchammer), Ricardo (Mutilator) e Armandinho (Sarcófago, Holocausto, Mutilator).
Disse a eles que seria uma banda, para ensaios, gravações, shows.
É importante ressaltar que nesse momento o Mutilator não havia retornado à cena, e Armandinho estava há mais de 25 anos sem tocar em banda.
Então todos acharam interessante minha proposta. Porém devido à logística, eu decidi que iniciaríamos apenas como duo, eu e Armandinho. Vale também dizer que nesse momento Armandinho não era baterista do Holocausto.
Então quando tivéssemos algumas músicas, marcaríamos um ensaio com todos. Porém com o retorno do Mutilator, eu repensei a ideia inicial, e entendi que o BHell seria um projeto. Apenas gravar um, dois, três discos e não dar show.
Após 1 ano e meio, tínhamos 9 músicas prontas, entramos no Engenho Estúdio e gravamos um álbum (guitarra, baixo e bateria).
Fui atrás do vocalista, como a ideia inicial de Casito e Ricardo, ficou no passado, pensei em um vocalista como convidado, e chamei o amigo Sílvio SDN (Mutilator). Sílvio agradeceu e disse que dependeria da data da gravação, pois estava viajando muito para fora do país a trabalho. Eu digitei “estava”? Correção “está”hehe. Sílvio trabalha muito e sempre fora do país.
Bom então sem Sílvio, veio apenas um nome em minha cabeça: Murillo Leite (Genocídio). Naqueles meses houve uma aproximação entre nós, para que eu fizesse uma resenha de uma música do Genocídio, que sairia no novo álbum.
Então mandei mensagem para o Murillo, e ele ficou muito honrado pelo convite e disse sim.
Pronto o projeto agora tinha rosto, ou melhor voz hehehehe.
Apenas 10 dias depois do Holocausto gravar o Diário de Guerra, eu e Armandinho estávamos de volta ao Engenho Estúdio do André Cabelo (Chakal), dessa vez para gravar o debut álbum do BHell “Rest In Hell”. No 1º trimestre de 2019, o amigo Murillo, gravou em SP os vocais.
5-Quais são os planos do Bhell?
Respondendo sua pergunta e também seguindo a resposta acima, o BHell mudou de projeto para banda, com o término do Holocausto. Então foi necessário refazer a formação, como ainda não demos nosso 1º show, que seria no Monsters Of Metal em BH, pois o evento foi cancelado pelo poder público, então aproveitamos para mudar novamente a formação.
Nesse momento o BHell tem na sua formação fixa: eu guitarra e backing vocal, Rodrigo de Carya (Sextrash) vocal líder, e Luiz Toledo batera (Eternal Fall e Lou Cyfer).
Para shows teremos um baixista convidado. Para gravações eu farei o baixo. Com o tempo há a possibilidade de nos tornarmos um trio com Rodrigo de Carya no baixo.
6- Seu estilo de criar é único, tem influencias do Holocausto no BHELL?
Excelente pergunta amigo Juarez. Meu foco quando vou compor para o BHell, se divide em 2 pontos: 1º fazer um som extremo, e 2º “tentar” ao máximo não ser comparado com o Holocausto.
Claro que ser comparado ao Holocausto, não será assim tão ruim hehe, mas eu manterei esse ponto, de ter composições que cada vez mais permitam ao BHell, ter sua identidade.
Esse tem sido meu maior desafio à frente do BHell.
7- O que você prefere mandar cartas ou e-mails? Kkkkkk A web atrapalha deixa os bangers mais preguiçosos ou ajuda? Kkkkk
Eu sempre gostei de ler e escrever, minha mãe foi professora, eu lia e escrevia muito na infância e adolescência. Então tanto faz, desde que eu possa digitar as palavras completas, e não abreviaturas ou códigos hehehehe.
Desde que não haja um limite de caracteres hehe.
Não gosto de relações superficiais, entendo que devido à necessidade de cumprir várias tarefas e chegar a um número maior de pessoas, haja a necessidade de escrever bem reduzido, usando abreviaturas que passam a fazer parte da linguagem coloquial, mas não gosto disso. Recentemente excluí do meu celular,o FDP do corretor. Quero digitar a palavra do início ao fim, não quero corretor FDP se antecipando ao que vou digitar.
8- É sabido que muitos confundiram o visu do HOLOCAUSTO na época taxando vcs de nazista,e que vocês foram ate convidados por uma facção a fazer parte da mesma, fale um pouco sobre o acontecido…
Essa confusão absurda tornou-se mais absurda quando em pleno séc. XXI , com as redes sociais, ainda surge um ser das cavernas, e nos acusa de nazi. Isso sim é ignorância atravessando os séculos kkkkk.
Nos anos 80, se eu visse um disco cujo nome da banda fosse Holocausto, a capa trazendo um campo de concentração, com um judeu sendo atacado por um cão de um soldado nazi. Esse disco leva o nome de Campo de Extermínio, o vocal usa o sobrenome Fuhrer, o disco inicia com uma intro que trás um discurso de Adolf Hitler, na contra capa, os integrantes dessa banda, estão com suásticas nos braços.
O que seria mais provável eu pensar?
Mas em pleno século XXI, o cara pensar isso?
Basta ler nossas entrevistas, ou se preferir, pode entrar no face de cada um, pode nos perguntar.
Em 1988, recebemos uma carta da Facção Nazifacista do Rio de Janeiro, nos convidando para entrar para o grupo. Respondemos rapidamente, que não éramos nazistas, e que nada pregado pelo nazismo, tinha relação com nossos pensamentos. Nunca mais enviaram outra carta.
9- O BHELL tem tocado em BH ou fora ? Como está sendo a recepção dos banger com sua nova banda?
A estreia do BHell seria no Monsters Of Metal II, em junho de 2019, com Torture Squad, Witchammer, Attack Epilético, e outras bandas.
Porém o poder público proibiu o evento. Nesse momento nosso baterista por problemas profissionais saiu da banda, então decidimos não seguir com negociações para shows.
Depois surgiu meu projeto de lançar uma coletânea com Chakal, Mutilator, Sextrash, Sepulchral Voice, BHell e Holocausto Inc. Então o BHell priorizou a composição de material novo, para essa coletânea. Porém semana passada, recebemos o convite da Deca e Amilcar do Guaru Metal Fest, para substituirmos o Mutilator.
Sabemos que o Guaru Metal Fest está entre os mais respeitados festivais do Brasil, então demos uma pausa na produção das músicas para a coletânea, e finalmente faremos nossa estreia.
Somente depois desse show, vamos refazer nossas estratégias para retornarmos às negociações de shows. Inclusive um com Lou Cyfer e uma banda de nome Cirrhosis, você conhece essa banda?
10- Belo Horizonte é referencia mundial em bandas, cite as 10 bandas que tu mais curte.
Vou citar somente bandas gringas para não criar inimizade com meus amigos de bandas de BH hehe.
SODOM, DISCHARGE, SOD, POSSESSED, ONSLAUGHT, CELTIC FROST, SLAUGTHER, SACRILEGE, SLAYER, e RDP. Eu disse que não citaria bandas nacionais, mas ouço RDP praticamente dia sim, dia não.
11- SARCÓFAGO X SEPULTURA.. kkkkkkk sei de historias hilárias sobre kkkk. Essa treta atrapalhou ou contribuiu no movimento em BH? Tinha divisão de lado de amigos tipo a turma do SARCÓFAGO e a turma do SEPULTURA?
Penso que, em se tratando de ROCK/PUNK/METAL, não pode existir somente paz e amor, rosas sem espinhos, relacionamentos sem brigas, resumindo: POLÊMICA!
O lance foi tão forte, que praticamente todas as entrevistas falam no assunto, então não restam duvidas que a cena caótica de BH nos anos 80, também teve esse “legado” entre as duas bandas.
Havia sim um grupo que andava só com a turma do Sarcófago e outro só com a turma do Sepultura, e havia uma turma que andava com hippies, roqueiros, drogados, e bangers . Essa era nossa turma.
12-O que você acha que tem que mudar pras bandas nacionais terem melhores condições de tocar,gravar e divulgarem seus trabalhos..
Esse sonho não tenho.
Se um dia acontecesse tudo isso, eu nem quero imaginar quantos músicos de outros estilos migrariam para o Metal, e fariam como jogador de futebol, ao ser apresentado para o novo time: beijariam o “escudo” do Metal e diriam que são bangers desde criança.
13-Meu amigo deixo o espaço pra você citar suas considerações, te agradeço pela atenção e espero poder ver vocês em Uberlândia e dividirmos palco …..
Amigo Juarez, mais uma vez agradeço por esse espaço, para falar de minha banda. Afirmo que fiquei muito feliz com o retorno do CIRRHOSIS, será um prazer dividir o palco com vocês.
Aproveito para divulgar meu projeto, que é a gravação de uma coletânea, com 12 músicas inéditas, nos moldes da Warfare Noise.
Serão 2 músicas old school, com Chakal. Mutilator, Sextrash, Sepulchral Voice, BHell e Holocausto Inc.
Será uma produção em parceria com as pessoas que estão envolvidas com o METAL nacional e internacional. Você que é banger pode nos ajudar, investindo R$45,00 e tendo sua foto no encarte do cd, com seu nome abaixo da foto. Você que tem banda, pode além de nos ajudar nesse projeto, divulgar sua banda, investindo os mesmos R$45,00 e tendo uma foto sua, com seu nome e o nome de sua banda, abaixo da foto.
Você receberá 1 cd, com frete pago por você.
Entre em contato comigo pelo email: vallexterminator@gmail.com ou pelo zap 031 9 99428882
Finalizando, o Holocausto Inc, o bastardo do War Metal, prepara G.E.F. para se tornar nosso guerreiro invencível, destruidor e conquistador do planeta Metal.
BHELL no youtube (formação antiga): https://www.youtube.com/watch?v=SdMXQC0ensI
https://www.youtube.com/watch?v=LFHjTZHIFYE BHELL no FB: https://www.facebook.com/groups/761860617506344/